Origem: Península Ibérica
Função de origem: Cães de parar durante a caça.
História: O Perdigueiro Português tem origem na Península Ibérica; descende do antigo Braco Peninsular que é um ancestral comum a outros cães de parar. Temos documentada, a sua existência em Portugal, pelo menos desde o século XII. No século XIV era conhecido como "podengo de mostra" evidenciando já a sua apetência para a caça. Era criado nos canis reais e da nobreza e utilizado na caça ao falcão. No século XVI, já designado como Perdigueiro (de perdiz), era também utilizado pelo povo. Já no século XIX, quando a caça passa de uma atividade essencialmente de subsistência para uma atividade desportiva, a classe burguesa ao descobrir as capacidades do Perdigueiro Português, precipitaram-se na sua aquisição, incentivando cruzamentos indiscriminados com outras raças. Esta situação, a que se juntou a chegada de raças estrangeiras a Portugal, que retiraram protagonismo às raças nacionais, colocou o Perdigueiro Português em risco de extinção. Foi então que, em 1920, um conjunto de criadores, como Eurico Basto Corrêa, dedicaram-se a salvar a raça, observando e localizando os exemplares que mantinham a pureza original, situados, em grande parte, nas zonas mais inacessíveis do norte de Portugal.
Temperamento: Excelente olfato e apurado, instinto caçador, resistência elevada a toda à prova e capacidade de concentração, podendo trabalhar em qualquer tipo de terreno. O seu temperamento dócil, estável e tranquilo faz dele também um excelente animal de companhia, estando sempre disposto a agradar ao dono. Afável para com as crianças, aceitando as suas brincadeira, necessita de muito exercício físico e de se manter ocupado, caso contrário poderá torna-se ansioso e fazer estragos em casa ou no jardim.
Variedades da pelagem: Curta, dura, bem cerrada e densa, bem distribuída sobre todo o corpo excepto nas axilas, virilhas, região anal e a região genital onde o pêlo é mais raro e macio.
É mais fina e mais curta na cabeça e principalmente nas orelhas, que dão aspecto de aveludado. Sem sub-pêlo.
Amarela nas tonalidades clara, média e escura, unicolor ou com marcas brancas na cabeça, pescoço, peitoral, extremidade inferior dos membros, debaixo dos cotovelos e dos jarretes e na extremidade da cauda quando não é cortada.
Patologias: Pode sofrer de displasia da anca, embora com pouca frequência, a osteopatia neurotrópica é outro problema grave que também o pode afetar.
Cuidados estéticos: Aconselhável escovar o pelo frequentemente para evitar problemas de pele.
Curiosidades: No séc. XVI, com as dificuldades com que a plebe se confrontava levaram-na a recorrer aos Perdigueiros para, durante a noite, caçarem nas terras dos senhores feudais e, assim, assegurarem o seu alimento. Esta situação levou a que o rei D. Sebastião proibisse a posse destes cães pela plebe, penalizando aqueles que não cumprissem com o exílio e com trabalhos forçados.
Até aos anos oitenta do século passado, o Perdigueiro Português foi a raça nacional mais popular entre os portugueses, tendo, desde então, sido ultrapassado pelo Serra da Estrela.
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