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Foto do escritorFatima Verissimo

CÃO SERRA DA ESTRELA

Origem: Portugal – Serra da Estrela.


Função de origem: Cão de proteção de rebanhos, de guarda e companhia, utilizado também como animal de tração.


História: Desde épocas remotas, este cão fixou-se na região da Serra da Estrela, perdendo-se no tempo a sua verdadeira origem. Deve ser, no entanto, uma das raças caninas mais antigas da Península Ibérica. Encontra-se desde as faldas da Serra até às mais elevadas altitudes (2000 metros aproximadamente), sobretudo no Verão, quando, desaparecida a neve, as pastagens vicejam nas altas planuras, sendo procuradas pelos gados, visto, nas regiões do sopé, o calor excessivo ter dessecado toda a pastagem.


Temperamento: Protetor, defensor, corajoso, territorial, independente; tranquilo, meigo e afetuoso com a família. Apesar da corpulência, come pouquíssimo, devido ao lento metabolismo típico da raça. Pela mesma razão, é um doce pachorrento, companhia ideal de sofá e filme.

Variedades da pelagem: Pelo comprido e pelo curto (esta última mais rara). São admitidas as seguintes cores: amarelo, fulvo e lobeiro e também apresentar manchas brancas.


Patologias: Cardiomiopatia dilatada, ou seja, a dilatação cardíaca com diminuição da espessura do miocárdio (o músculo cardíaco), que se torna muito fino e perde a sua contractilidade e a capacidade de bombear o sangue, pode gerar dificuldades respiratórias e acumulação de líquidos nos pulmões e abdómen, conduzindo à morte. Sintomas como tosse, cansaço, taquicardia ou arritmia cardíaca podem ser indícios desta doença que, a partir do momento em que é diagnosticada, dá ao animal um tempo de vida médio bastante curto, normalmente entre seis meses e dois anos. Uma cardiomiopatia dilatada pode também determinar a morte súbita do cão por colapso cardíaco, mesmo antes de apresentar qualquer sintomatologia. Displasia da anca, displasia do cotovelo, torção do estômago.


Cuidados estéticos: Nas épocas da queda do sub-pêlo, na Primavera e Outono, deverá ser escovado duas vezes por semana.

O Serra da Estrela de pêlo curto requer apenas uma breve escovagem semanal ou quinzenal para eliminar pó e sujidade do pêlo e garantir que a pele se mantém em boas condições.

O Serra da Estrela de pêlo comprido requer maiores cuidados para evitar a formação de nós – uma boa escovagem semanal, manutenção diária nas épocas da muda.

Apesar de perderem o sub-pelo, alguns exemplares têm a pelagem tão densa e longa que poderá ser necessário tosquiá-los no Verão, apara ajudá-los a suportar o calor.

Embora muitos exemplares possuam uma pelagem fina e lustrosa, a textura da variedade de pêlo comprido deve ser, como a de pêlo curto, cabreada, ligeiramente áspera, preferencialmente com alguma oleosidade, a qual ajuda a impermeabilizar a pelagem e consequentemente a proteger o animal da humidade e do frio


Curiosidades: As duas raças tinham áreas diferentes de trabalho, a de pelo comprido, estava originalmente concentrada no sopé e encostas da Serra da Estrela viradas a Sul, a de pelo curto proveniente dos cumes e encostas Norte da Serra da Estrela, onde ainda desempenha a sua função original de cão de gado.

Esta variedade de pêlo curto era, no início do século XX, muito mais numerosa do que a de pêlo comprido. A crescente apreciação da segunda e um conjunto de fatores sócio-económicos, tais como o abandono da atividade pelos pastores e a emigração, quase a fizeram extinguir-se.

Devido ao progressivo reconhecimento das suas aptidões, este cão tem sido difundido por todo o mundo, a partir da segunda metade do século XX.



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