Origem: Trás os Montes - Portugal
Função de origem: Cão de guarda e proteção de gado ovino e caprino.
História: A origem desta raça, uma vez mais, une-se à história de todos os mastins ibéricos e a sua evolução está ligada à rota da transumância na Península. Companheiro do pastor com funções específicas de guarda contra o ataque do lobo, desde sempre prolífero na zona. Em épocas remotas, este cão fixou-se nas regiões altas de Portugal, nomeadamente em Trás-os-Montes.
Nesta região montanhosa, que se caracteriza por campos íngremes de pastos e de difícil acesso, esta raça adaptou-se às condições da região e ao tipo de gado ovino e caprino que, tradicionalmente tem pastagem nestas áreas, evoluindo, até se fixar morfologicamente, em perfeita harmonia com as condições e o tipo de trabalho que lhe foi solicitado.
Hoje em dia, o Cão de Gado Transmontano já existe um pouco por todo o país e começou também a haver algum interesse pela raça além fronteiras, estando já alguns exemplares na França e na Alemanha.
Temperamento: Cão de temperamento dócil, mas reservado. É cauteloso, calmo e com olhar sereno. É um excecional vigia na sua função de guarda de rebanhos contra o ataque dos lobos, sempre atento nas suas funções de proteção.
Variedades da pelagem: Grossa, de comprimento médio e abundante. O pelo é liso e muito denso. O sub-pêlo existe e é evidente. Na região da cabeça, orelhas, focinho e membros o pêlo é mais curto e fino. As cores/pelagens mais comuns são as brancas malhadas de preto, de amarelo, de fulvo ou lobeiro, unicolores ou raiadas. Podem apresentar interpolação mosqueada no fundo do manto ou afogueado na região das faces e sobrolhos (tricolor).
Patologias: Apesar de ser bastante resistente, existem algumas doenças típicas de cães de porte grande que também afetam o cão de Gado Transmontano. A displasia da anca e cotovelo têm alguma prevalência na raça e os progenitores devem ser despistados antes de acasalarem.
Cuidados estéticos: A pelagem deve ser escovada uma vez por semana, para remover terra, pó ou outra sujidade. O banho só deve ser dado quando não puder ser evitado.
Curiosidades: Os cachorros são integrados pelos pastores nos rebanhos aos 2 meses e lá andam atrás dos cordeiros monte acima, monte abaixo, a aprenderem com eles e com as mães o que devem fazer. O relacionamento com os homens é escasso, como é também ténue o relacionamento com o pastor. Cedo aprendem a valerem-se por si próprios, a tomar decisões importantes sem ajuda, numa seleção natural onde prevalece a lei do mais forte e só sobrevive o mais resistente. Muitas vezes atingem a idade adulta sem saber que têm um nome ao qual devem responder, e muito menos que existe uma voz de homem a quem devem obedecer!
O cachorro Cão de Gado é ciumento e possessivo o que pode ser um perigo quando for adulto se não lhe ensinarmos a controlar esse instinto. Esta característica é muito própria desta raça e deve ser controlada desde o início.
Adora fazer buracos, herança da sua função de origem, pois serviam para proteção ao frio e calor, que se fazia sentir, na sua atividade de guarda de rebanhos.
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