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O espaço entre os dedos é um dos locais onde as carraças costumam alojar-se
Tem apenas entre 2 a 6 milímetros de comprimento, mas a sua picada pode ter consequências graves na saúde do animal de estimação, incluindo a morte. Falamos da carraça, o segundo parasita externo mais comum no Mundo (o primeiro é a pulga). Se contaminada com um agente infecioso, pode transmitir aos animais, através da picada, um conjunto de doenças parasitárias vulgarmente designadas por febre da carraça.
O sintoma mais comum da febre da carraça é a inflamação, podendo o animal manifestar “dor, febre, apatia, perda de apetite e apresentar alterações nas análises de sangue com o hemograma”, elucida Someia Umarji, diretora clínica da ZenVet – Medicina Veterinária Integrativa, em Fernão Ferro, Seixal.
A doença pode afetar as articulações, órgãos internos como o fígado, o baço e os rins e, em alguns casos, o sistema nervoso central. A realização periódica de análises sanguíneas é muito importante para a deteção da febre da carraça, pois há animais doentes que são assintomáticos. “Se o diagnóstico não for realizado precocemente, pode conduzir à morte por falência dos órgãos internos”, alerta a mesma médica-veterinária. O tratamento passa pela administração de um antibiótico, que pode ser complementado com um anti-inflamatório ou suplementos nutricionais.
Reservatórios de parasitas A febre da carraça pode também afetar as pessoas. Embora não haja transmissão entre espécies, o cão e o gato funcionam como reservatórios. As carraças que transportam podem saltar para o dono e picá-lo. A forma mais eficaz de prevenção é, por isso, evitando o contacto com o parasita.
Nos meses de maior calor, em que as carraças estão mais ativas, é importante impedir que o animal passeie em locais densamente arborizados ou de vegetação alta. De regresso a casa, o dono deverá inspecionar-lhe o corpo (incluindo o interior das orelhas e os espaços entre os dedos) à procura de carraças. Caso existam, devem ser imediatamente retiradas, preferencialmente com uma pinça.
É também importante utilizar um antiparasitário em coleiras, pipetas, comprimidos ou sprays. Uma escolha que “deve ser aconselhada pelo médico-veterinário para que se adeque ao risco a que o paciente está exposto, que varia de animal para animal”, refere Someia Umarji.
Protegendo o animal, “a probabilidade de contágio do tutor é muito reduzida”.
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